Quando a necessidade de PODER e RAIVA corrói nossa essência de compaixão, empatia e perdão

Quando a necessidade de PODER e RAIVA corrói nossa essência de compaixão, empatia e perdão

Quando a necessidade de PODER e RAIVA corrói nossa essência de compaixão, empatia e perdão

Para onde a vingança leva? Para o pior e mais profundo fundo do posso. Uma vingança gera outra, que gera outra… Escolheremos a vingança ou a compaixão?

Iniciamos o ano com a morte do General Iraniano, uma morte que talvez vá gerar outras mortes. Isso vale para qualquer um de nós, pois na medida que sofremos algo de alguém nossa tendência é se vingar. E para onde a vingança leva? Para o pior e mais profundo fundo do posso. Uma vingança gera outra, que gera outra e isso dura milênios em todas as instâncias da vida do ser humano, corroendo nossa essência de compaixão, empatia e perdão.

Há 2020 anos, Jesus veio ao mundo para nos trazer uma outra perspectiva. Milhares de homens e mulheres ao longo desses anos buscam nos mostrar uma outra forma de lidarmos com tudo isso. Vários morreram por outros não acreditarem, porque nosso ego tem sido mais poderoso que nossa vontade de ser compassivo.

Onde vamos parar? Todos se atacando, se vingando, se odiando, quando fomos criados para nos amar? Quando as pessoas desse mundo poderão perceber que não é com violência que eliminamos a violência? Escolheremos a vingança ou a compaixão?

Uma das frases de Marshall Rosenberg que mais me impactou foi quando ele disse “Como diminuir a violência que existe no mundo há 8 mil anos”. Muitas vezes acreditamos que não estamos sendo violentos com o outro. Existem tantos tipos de violência que agora nos misturamos a essa violência sem termos consciência do que fazemos. Para ter uma ideia existem pessoas que trabalham com todas as formas de não violência que estão surgindo no mundo e que não percebem que estão sendo violentos com o outro e que para mim é uma violência silenciosa. Essa violência silenciosa é quando se ignora o outro, que não aceita o outro, que não valoriza ou não reconhece o outro.

Ser compassivo não é engolir sapo, não é cometer violência física ou verbal. Para mim ser compassivo é educar meus pensamentos com o coração. É mesmo diante de uma agressão física ou verbal ainda ver a humanidade que existe naquele ser e como isso é difícil.

A única referência que temos de total compaixão, para nos mostrar a beleza do SER, é Jesus, mas ele sabia muito a nosso respeito. Diferentemente Dele, não sabemos ao nosso próprio respeito. Engatinhamos por esse caminho acreditando que já aprendemos muito e em um determinado momento tomamos uma rasteira para nos fazer descer do pedestal. Acreditamos que descemos desse pedestal, mas na verdade “pseudo” descemos, pois acreditamos que não podemos nos rebaixar. E o que é se rebaixar se não uma interpretação que eu dou em comparação ao outro?

Para que possamos exercitar a compaixão, em primeiro lugar será importante exercitarmos a empatia, que nos coloquemos no lugar do outro e façamos pelo outro aquilo que gostaríamos que fizessem conosco.

Para isso precisaremos prestar atenção se iremos provocar dor, de agir ou falar de forma violenta, de termos comportamentos com má intenção, porque o outro precisa sofrer como eu sofri. De explorarmos ou negarmos os direitos e as necessidades básicas e universais a outras pessoas, pois dessa forma negaremos nossa humanidade.

Vamos exercitar mais nossa bondade, amorosidade, empatia. Como já coloquei em outro artigo, temos a essência da empatia dentro de nós. Mas não a utilizamos porque nosso ego se sobrepõe diante das situações que nos fazem sentir dor.

A compaixão começa conosco evitando se autocriticar mentalmente, se permitindo olhar e se comover com a própria dor e consequentemente com a do outro, abrindo um espaço dentro de si.

Gostaria de convidá-lo quando estiver diante de uma situação em que seu piloto automático de defesa disparar para se vingar ou revidar com a mesma moeda, se permitir dar um passo para trás e se conectar com o que está vivo em você e o que poderá estar vivo no outro.

Um exemplo que vivi ontem mesmo com uma pessoa próxima, foi colocar que estava me sentindo nervosa e confusa com uma bagunça e em vez de receber acolhimento, recebi a seguinte resposta: “… então não precisa vir mais”.

Alguns anos atrás, levaria essa frase como mau agradecido pelo meu esforço. Quando o recebi, bateu como um soco no estômago, mas respirei fundo, deixei vir o que estava vivo em mim, me conectei com as minhas necessidades. Dessa forma pude abrir espaço para perceber que ele também precisa de organização e apoio e pude vê-lo de outra forma. Fazemos escolhas a todo momento, em todas as instâncias de nossas vidas e depende única e exclusivamente de nós mesmos como vamos reagir com vingança ou revanche ou com compaixão.

Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/

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