Como não ser violento com os outros se sou violento comigo mesmo?

Como não ser violento com os outros se sou violento comigo mesmo?

Como não ser violento com os outros se sou violento comigo mesmo?

Quando abordamos a CNV (Comunicação Não Violenta), falamos a respeito de como podemos nos relacionar com os outros em todas as instâncias de nossa vida. Porém esquecemos de olhar para o principal, que somos nós mesmos.

Como tratar o outro com compaixão se não tenho compaixão comigo mesmo?

Ao longo da vida nós aprendemos a ser violentos com nós mesmos. Estamos sempre nos criticando, avaliando, julgando e olhando somente para o que temos e somos de errado. Esquecemos de perceber a beleza que temos dentro de nós. Perdemos a conexão com nós mesmos e com a energia divina que está no interior de cada um de nós, que é a nossa origem.

Se somos energia e nos tratamos mal, só podemos tratar o outro mal. Se olharmos para dentro de nós e enxergarmos uma pessoa em sua essência boa, poderemos começar a mudar o conceito que temos a nosso próprio respeito.

Podemos fazer algumas mudanças em nossos comportamentos e atitudes para com nós mesmos e com isso ver o reflexo nos outros.

  1. Sempre que você se autoavaliar, reflita que o que fez foi o melhor que podia fazer com o que sabia e estava ao seu alcance, ao invés de dizer que poderia ter feito melhor. Como fazer melhor se ainda não sabemos?
  2. Perceba que você é imperfeito, não é dono da verdade e que está sempre em aprendizado. A cada dia você é melhor do que no dia anterior.
  3. Lembre-se: quando você deixar de se condenar, poderá abrir espaço para fazer escolhas melhores no futuro. Caso contrário, ficará sempre se achando ruim e com isso sua autoestima vai embora.
  4. Quando for dar um feedback a alguém, sejam filhos, maridos/esposas, parceiros, amigos, colaboradores etc. ou a si mesmo, elimine o MAS de sua fala, porque ele invalida tudo de bom que você disse anteriormente. Ex.: “Filho você tirou uma nota boa, MAS espero que da próxima consiga tirar uma mais alta. Você pode!”
  5. Quando fizer algo de errado que não gostaria de ter feito, elimine as frases que costuma dizer para si mesmo. Por exemplo: “Isso foi burrice! Como pude fazer uma coisa tão idiota? O que está errado comigo? Estou sempre pisando na bola”. Pergunte-se: “O que está certo nessa situação que ainda não percebi? O que está certo sobre mim que ainda não percebi?” Lembre-se, você só faz o que sabe e não merece sofrer pelo que ainda não sabe.
  6. Quando alguma situação nesse sentido acontecer, pergunte-se: “Que necessidade minha não foi atendida?”
  7. A energia que você exala quando se condena é a que transmite a si mesmo e às pessoas à sua volta. Somos energia e nossas vibrações exalam e isso determina o modo como as pessoas se sentem ao nosso lado. Experimente perceber se, quando você se condena, alguém permanece perto. Meu convite é que você exale energias positivas; você perceberá quantas pessoas vão querer estar ao seu lado.
  8. Na medida em que você se avalia sentindo vergonha, você acaba permitindo que o aprendizado do ódio cresça dentro de si mesmo. Quando sentimos vergonha, nós nos odiamos e com isso nos fechamos e acabamos por contribuir menos para a vida.
  9. Toda a vez que você utiliza o verbo DEVER – eu DEVO, eu DEVERIA –, está fechando possibilidades e escolhas, pois dever é uma obrigação e para isso não tenho saída. Ao mesmo tempo você resiste, porque essa palavra soa como ameaça à autonomia. Você acaba sendo um tirano para si mesmo.
  10. Outro verbo é TER – eu TENHO –, que vai na mesma linha do anterior.
  11. Evite os dois verbos acima, pois eles estão destituídos de alegria de viver e de facilidade.

Sempre que utilizamos de julgamento interno em vez de compaixão por nós mesmos, tornamo-nos “mais parecidos com uma cadeira do que com um ser humano”, como diz Marshall Rosenberg.

É muito importante que mudemos nosso diálogo interno, abandonando o julgamento, crítica, avaliação, condenação de nós mesmos e focando naquilo que necessitamos. Lembre-se: todos os julgamentos são expressões trágicas de nossas necessidades não atendidas.

Quando entramos em contato com nossos sentimentos e às necessidades não atendidas, conseguimos nos perdoar por algo que fizemos e do qual nos arrependemos.

Compartilhar

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on whatsapp